Entre a meia-noite e as 9 horas desta terça-feira (21), foram registrados cerca de 3 mil raios em todo o o Ceará, contabiliza a Enel Distribuição. Durante a madrugada, a grande quantidade de relâmpagos e trovões chamou a atenção dos cearenses.
Conforme a companhia, cerca de 10% deste total, o equivalente a aproximadamente 300 descargas atmosféricas, ocorreram na Grande Fortaleza. No estado, como um todo, as cidades cearenses mais atingidas pelo fenômeno foram Acopiara, Tauá e Jaguaribe.
De acordo com a Enel, as condições climáticas no Ceará são monitoradas em tempo real, 24 horas por dia, por técnicos do Centro de Operações da distribuidora. O trabalho, realizado em parceria com o Climatempo, tem como objetivo monitorar a evolução das tempestades e apoiar a mobilização das equipes em campo, como forma de minimizar o tempo de atendimento em casos de interrupção no fornecimento de energia.
Devido à pandemia da Covid-19, a Justiça estadual determinou, liminarmente, no dia 24 de março, que a Enel não poderá suspender ou interromper o serviço durante o período de quarentena, além de ter de fazer o restabelecimento para os consumidores inadimplentes.
O que provocou o fenômeno
A grande quantidade de raios e trovões que acompanhou a chuva registrada na madrugada desta terça, em Fortaleza e Região Metropolitana, foram provocados pela presença das chamadas nuvens do tipo cumulonimbus. É o que afirma a gerente de Meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme), Meiry Sakamoto.
“Quando temos a presença de nuvens convectivas, ou seja, nuvens do tipo cumulonimbus é comum a ocorrência de relâmpagos, raios e trovões devido ao grande desenvolvimento vertical desse tipo de nuvem”, afirma a especialista, ressaltando que relâmpago e trovão são os nomes dados, respectivamente, à luz e ao som provenientes dos raios.
“Os raios se formam quando certa região de uma nuvem – como a cumulonimbus – acumula um excesso de carga elétrica negativa ou positiva. Se isso ocorre, o raio é um meio de desfazer a tensão por meio da transmissão da eletricidade”, explica.
Os raios, ainda segundo Sakamoto, podem ocorrem dentro ou entre as nuvens, entre a nuvem e o ar ou entre nuvens e o solo. Os mais brilhantes são aqueles em que uma nuvem fica eletricamente conectada ao chão.
O trovão, por sua vez, ocorre “porque a região do raio se aquece rapidamente e, por aumento de pressão, desloca uma grande massa de ar. O trovão chega depois do relâmpago. Isso ocorre porque, simplificadamente, o som caminha mais devagar do que a luz”, complementa.
(G1 CE)