Na primeira coletiva de imprensa convocada por um órgão federal exclusivamente para tratar das manchas de óleo que atingem as praias do Nordeste desde o dia 2 de setembro, a Marinha informou que o Governo Federal vai cobrir todos os custos dos órgãos dos três entes da federação que trabalham para limpar a costa.
O almirante de Esquadra e comandante de Operações Navais da Marinha, Leonardo Puntel, não deu números, mas afirmou, na tarde de ontem, que a União fará os repasses.
Puntel declarou que, até ontem, havia o registro de óleo apenas em Aracaju, na Praia de Atalaia, e em Pernambuco, na região de Suape, no entorno do Porto, e no Cabo de Santo Agostinho. Os demais estados do Nordeste não tiveram novos registros.
Segundo o almirante, desde o início das contaminações, o local mais ao sul em que o óleo foi encontrado foi na Bahia, próximo a Salvador. A região já teria sido limpa.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, emendou que, até este domingo (20), havia registro de 67 animais “oleados”. Destes, 14 tartarugas mortas. Segundo ele, apesar das perdas, o impacto ambiental tem sido menor do que o estimado inicialmente, diante da dimensão da área em que as manchas apareceram.
Origem do vazamento
Puntel afirmou que o Governo tem tido dificuldade de identificar a origem do óleo. Por se tratar de um petróleo cru e muito pesado, o vazamento viaja abaixo da superfície. Segundo ele, as manchas não são detectadas pelos radares e o Governo tem utilizado aeronaves para tentar identificar as manchas.
Ele informou ainda que já se sabe que o óleo não foi produzido ou comercializado no Brasil. Puntel explicou que a Marinha não descarta nenhuma possibilidade sobre a origem.
Citou, por exemplo, que o vazamento na região pode ter ocorrido durante um procedimento de troca de carga entre navios – o chamado ‘ship to ship’ – ou durante uma lavagem de tanque.
(Diário do Nordeste)