A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (14), a Operação Fratura Exposta de combate a um esquema de fraude de R$ 1,8 milhão que envolve médicos ortopedistas vinculados a hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) no Ceará. A operação cumpre mandados de prisão temporária contra dois médicos em Fortaleza.
O G1 entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e com o Instituto Doutor José Frota (IJF) para saber mais informações sobre as investigações e os órgãos ainda não se pronunciaram. O Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) também foi contactado e a reportagem aguarda resposta.
Cerca de 80 policiais federais cumprem também 26 mandados de busca e apreensão e de sequestro de bens de 14 envolvidos. Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal no Ceará.
Como funcionava o esquema
A associação criminosa é composta por médicos responsáveis pela solicitação de produtos fornecidos por uma importadora de material médico-cirúrgico em troca de comissões indevidas, deixando mais caros os procedimentos cirúrgicos feitos pelo SUS nos hospitais, segundo a PF.
O esquema acontecia no Instituto Dr. José Frota (IJF), que é referência em traumatologia no Ceará, do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), do Universitário Walter Cantídio (HUWC) e da Organização Social Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).
Investigação
De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Federal, entre 2013 e 2016 os investigados receberam cerca de R$ 1,8 milhão em comissões indevidas. A investigação começou em 2016 a partir de uma denúncia recebida pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Ceará e compreende procedimentos cirúrgicos realizados entre os anos de 2013 e 2018.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de associação criminosa e corrupção ativa e passiva, cujas penas variam de 2 a 12 anos, de acordo com o nível de participação.
O nome da Operação Fratura Exposta faz referência à grave lesão tratada pela ortopedia.
Fonte: G1 CE