Como medida para suprir a demanda de cobertura de médicos no Ceará, o governador Camilo Santana (PT), e o prefeito Roberto Cláudio (PDT) lançaram nesta quinta-feira, 20, o programa Médico da Família Ceará. A política consiste em ofertar vagas para médicos trabalharem em áreas carentes, que geralmente sofrem com falta de atendimento de saúde. Além disso, curso de pós-graduação na área de atenção primária ministrado pela Escola de Saúde Pública do Ceará será oferecido.
Sobre o assunto
Saída de médicos cubanos deixa 37% das vagas do Mais Médicos descobertas no Ceará
Mais Médicos: 114 cidades cearenses receberão 443 profissionais; apenas 11 estão confirmados
Ceará tem 443 vagas no novo edital do Mais Médicos; salário é de R$ 11.865,60
A iniciativa partiu do prejuízo deixado pela saída de Cuba do programa federal Mais Médicos. Cerca de 450 profissionais cubanos atuavam no Estado. Após edital do Ministério da Saúde, foram repostos 282 profissionais, deixando 168 vagas em aberto. Com isso, o risco é de que municípios do Estado fiquem sem profissionais qualificados. Portanto, para aumentar a cobertura do atendimento, o Governo coordenará o novo programa estadual em parceria com os municípios e a Capital será a primeira a contar com a iniciativa. Ainda é preciso esperar o encerramento do edital nacional para saber quantos locais não tiveram vagas preenchidas.
Em Fortaleza, o estudo do déficit de médicos em áreas afastadas aponta falta de 52 profissionais, que nunca foi suprida pelo Mais Médicos, mesmo antes da saída dos cubanos do programa. Por isso, a Capital será a primeira a ofertar o projeto. Serão 140 vagas com bolsas de R$ 11.695, o mesmo valor pago aos médicos do programa federal. Outro atrativo para profissionais recém-formados é que a experiência prática contará como pontos extras para residência médica.
De acordo com Roberto Cláudio, a política terá investimento de pelo menos R$ 20 milhões da Prefeitura de Fortaleza. O prefeito estimou o prazo em março de 2019 para início das atividades dos profissionais.
Camilo afirma que serão discutidas com os prefeitos do interior do Estado questões relacionadas à demanda de médicos e ao orçamento disponível para investir no programa. Se não for possível o município arcar com todas as despesas, o governo estadual deve completar o valor. Segundo o governador, a participação do Estado no programa pode variar conforme a situação financeira de cada cidade. “O objetivo é alcançar 100% de cobertura de médicos no Estado”.
Na segunda-feira, 17, o projeto de lei para estímulo da qualificação de profissionais de saúde do Estado foi aprovado. A lei foi sancionada em evento no Palácio da Abolição nesta quinta-feira, 20. O secretário da Saúde do Estado, Henrique Javi, e a secretária da Saúde de Fortaleza, Joana Maciel, também estavam presentes.
Fonte: O Povo Online