O Ceará voltou a registrar intensas chuvas no interior do estado entre a terça e esta quarta-feira (5). As precipitações atingiram 102 milímetros da cidade de Ubajara, na Região da Ibiapaba do Estado.
Em Ibiapina, na Região Norte do Ceará, 96 milímetros. Outro destaque foi a cidade de Tianguá, também na Região da Ibiapaba, com 86 milímetros.
Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Entre os municípios com maiores volumes estão ainda Ipueiras (63 mm) e Crateús (62 mm). Até a publicação, pelo menos 62 cidades cearenses tiveram precipitações.
No município de São Benedito, na Região da Ibiapaba, choveu 29 milímetros. Moradores relataram fortes chuvas com relâmpagos e ruas alagadas. Já na cidade de Uruoca, na Região Norte do Estado, um riacho transbordou com as últimas precipitações.
Pré-Estação Chuvosa
Tais registros acontecem por influência de áreas de instabilidade sobre o Piauí e associadas à presença de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é uma banda de nebulosidade e precipitação com orientação noroeste-sudeste, indo desde o sul e leste da Amazônia até o sudoeste do Oceano Atlântico Sul.
Além da continuidade da ZCAS, a Funceme identifica, por meio da análise de imagem de satélite e previsão de modelos numéricos, a presença de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) sobre o oceano Atlântico e próximo à costa leste do Nordeste. Assim com o Cavado de Altos Níveis (CAN) observado no último fim de semana, áreas de nebulosidade e, consequentemente, chuvas são proporcionadas na área da borda deste sistema. Ambos os sistemas são típicos da Pré-Estação, que vai até o fim de janeiro no Ceará.
“Esses sistemas trazem as chuvas neste período e são formados a partir de instabilidades atmosféricas devido a sistemas frontais que chegam no sul do Nordeste (principalmente na Bahia), influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e da Zona de Convergência de Umidade (ZCOU), que ocorrem próximas ao sul do Nordeste. Importantes chuvas podem ser produzidas por VCANs e CANs. Ocasionalmente, também instabilidades associadas à uma declinação mais ao sul do equador da ZCIT podem ocasionar precipitações”, explica o meteorologista e supervisor da Unidade de Tempo e Clima da Funceme, Raul Fritz.
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