Quase 30 anos após 30 mil hectares do Maciço de Baturité serem instituídos oficialmente como Área de Preservação Ambiental (APA), crimes de degradação continuam sendo praticados nesta região serrana. Apesar de protegida por uma legislação federal específica, de proteção do Bioma Mata Atlântica, técnicos ambientais, a gestora da APA da Serra de Baturité, Patrícia Jacaúna e o educador ambiental, flagraram uma retroescavadeira derrubando uma barreira natural com acentuada declividade dentro de um sítio.
Segundo informações da Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), a gestora da APA e o educador ambiental realizavam monitoramento rotineiro na região quando se depararam com a máquina realizando o desmatamento do terreno, jogando o material do corte nas margens de um córrego. O proprietário do terreno, José Fortunato Pereira da Silva, estava no local. Ele confessou não ter licença ambiental para realização do serviço e foi preso em flagrante juntamente com o tratorista, com o apoio de equipes do Batalhão Policial Militar do Meio Ambiente e do 4º Batalhão de Giaramiranga.
Dentre os danos constatados pelos ambientalistas constam a supressão de vegetação, desmanche de morro natural e poluição de recurso hídrico, visto que os detritos da obra foram jogados dentro do córrego que corta a propriedade, o Sítio Beija Flor, situado na localidade de Pernambuquinho, na zona rural de Guaramiranga. Um relatório também foi elaborado pela gestora da APA para a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), órgão responsável pela fiscalização, para adoção das medidas legais.
Fonte: Diário do Nordeste