Emoção, saudade e indignação marcaram a despedida da universitária Giselle Távora Araújo, 42, morta na última segunda-feira, 11, durante perseguição policial. Familiares e amigos se reuniram na manhã desta quarta-feira, 13, para enterrar a ente querida.
“Giselle deixou de ser mãe, de ser mulher, de ser amiga, de ser dona de casa, para ser mais uma estatística”, lamentou a prima Liduína Távora, 65, em discurso durante o enterro. “Qual a cor do carro agora que nós temos que andar? Qual a cor da nossa liberdade?”, protestou. Giselle foi morta após ter seu carro, um HB20 branco, confundido com um veículo roubado em uma perseguição policial. Um PM disparou tiro que atingiu pulmão da universitária.
Giselle estava com a filha de 19 anos no carro do momento do ocorrido. Versão da Secretaria de Segurança e da testemunha do crime são contrastantes. Enquanto a Polícia diz que a mulher fora sinalizada, mas empreendeu fuga, a família afirma que os policiais atiraram quando o carro parou no semáforo.
Vizinho e amigo de Giselle há 30 anos, Adriano Quinderé considera que a versão da Polícia não tem sentido. “É lógico que a Polícia vai ter a versão dela e a família outra, e ambas estão de lados opostos, mas os fatos falam por si”, argumenta. “Qual o ladrão que vai se preocupar em parar por causa de um fotosensor?”, questiona.
Por estarem em um momento delicado, familiares mais próximos de Giselle preferiram não falar com a imprensa. Fica a saudade. “Ela sempre dizia que o sorriso era o mínimo que uma pessoa podia levar dela. E foi”, diz Adriano.
Fonte: O Povo Online