Em entrevista nesta terça-feira (23), o deputado Jair Bolsonaro admitiu que o seu partido, o PP, recebeu propina da JBS, empresa cujos sócios e diretores realizaram delação premiada, nos últimos dias, e agravaram a crise política nacional ao citarem o envolvimento do presidente Michel Temer e do senador Aécio Neves nos esquemas de propina.
“Partido recebeu propina sim, mas qual partido não recebe propina?”, questionou Bolsonaro, que tem subido nas intenções de votos dos brasileiros para as próximas eleições.
O deputado se refira ao episódio em que a empresa doou R$ 200 mil à campanha dele de 2014, conforme apontam os registros do Tribunal Superior Eleitoral.
“Começaram as eleições de 2014. Me liga o presidente do meu partido [Ciro Nogueira, na época] e diz que vai botar R$ 300 mil na minha conta. Disse que tudo bem, mas que colocasse R$ 200 mil na minha conta e R$ 100 mil na do meu filho. Quando vi o nome da Friboi, perguntei se queriam extornar. Falei que ia para a Câmara dos Deputados, ia jogar R$ 200 mil e dizer que é dinheiro do povo, porque foi dinheiro que pegaram do PT para se coligar com o meu partido”, disse.
Apesar de admitir a ilegalidade cometida pelo partido, o deputado pediu, em tom forte, que não fosse “rotulado de corrupto”.
Ele explicou que, apesar de não ser sua intenção, o dinheiro não foi devolvido à Friboi, mas sim ao seu partido. Depois, outro valor igual foi depositado em sua conta, agora advindo do fundo partidário.
“Eu aceito do fundo partidário. Dinheiro foi para outro deputado, porque o carimbo tinha que estar embaixo no papel”, disse.
Questionado se o partido cometeu uma ilegalidade ao repassar dinheiro da JBS para sua campanha, Jair Bolsonaro concordou e perguntou: “Você queria que fizesse o que naquela época?”.
Ele foi entrevistado no Jornal da Manhã, da Jovem Pan, por cerca de 45 minutos.
Fonte: Notícias ao Minuto