Abril superou sua média histórica, que é de 188.0 mm; faltando uma semana para o seu fim, já registrou 204.2 mm.

O Castanhão continua recebendo recarga diariamente
do Rio Jaguaribe, mas são águas que escorrem pelo Rio Salgado, oriundas da
região do Cariri cearense (Sul do Ceará).

O Orós libera 500 litros por segundos para
abastecer comunidades rurais no Rio Jaguaribe, 90l/s para o Canal do Feiticeiro
e 40l/s para a adutora do Lima Campos.

Iguatu. O volume dos dez maiores
açudes do Ceará, estratégicos para o abastecimento de importantes centros
urbanos, aumentou neste mês de abril, mas somente dois deles – o Taquara, em
Cariré, na Bacia do Acaraú; e Araras, em Varjota, na Bacia do Acaraú –
ultrapassaram 30%. Cinco estão abaixo de 10%. Os dados mostram que apesar
do aumento das chuvas neste mês de abril a crise hídrica ainda persiste de
forma intensa no Estado.

Hoje as reservas hídricas no
Ceará estão em melhores condições do que no mesmo período de 2017. O nível
médio dos 155 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos
Hídricos (Cogerh) aumentaram de 12,5% para 15,8%, tendo por base 22 de abril.
“Houve melhora, mas o quadro ainda é de crise”, frisou, recentemente,
o governador Camilo Santana.
A maior atenção recai sobre o
Castanhão, o maior do Estado, e que assegura abastecimento de cidades do Médio
e Baixo Jaguaribe, além da Região Metropolitana de Fortaleza. O açude continua
recebendo recarga diariamente do Rio Jaguaribe, mas são águas que escorrem pelo
Rio Salgado, oriundas da região do Cariri cearense (Sul do Ceará). O Salgado é
afluente do Jaguaribe no município de Icó. Ontem, o reservatório acumulava
8,07%.

Neste ano, o Castanhão já
recebeu mais de 300 milhões de metros cúbicos de água. A recarga quebra o ciclo
de seis anos seguidos de perda de suas reservas hídricas. “Nos últimos
dias, houve uma diminuição do volume no rio e de recarga do reservatório porque
as chuvas pararam no Cariri”, observou o gerente regional da Cogerh, no
Médio Jaguaribe, Hermilson Torres. “O nosso desejo é que continuasse com
maior recarga, mas não dá para prever”.

Em coluna de água, o
Castanhão já recebeu 11 metros entre os dias 22 de fevereiro (2,08%) e 22 de
abril (8,07%). Hermilson Torres explicou que ocorre uma liberação mínima de 300
l/s para o Eixão das Águas para manutenção do nível do canal e de 500l/s para o
Rio Jaguaribe visando ao abastecimento de Jaguaribara e a permanência de peixes
em seu leito. “A transferência de água para a Região Metropolitana de
Fortaleza não está ocorrendo”, pontuou.

“Da própria bacia do
Castanhão houve uma recarga mínima”, frisou Torres. Os piscicultores
esperam por mais chuvas no Ceará. O aumento do volume acima de 10% pode
viabilizar a volta da piscicultura, mesmo que de forma reduzida. “Queremos
recomeçar os criatórios de peixe em gaiolas porque estamos parados, sem
renda”, disse Francisco Eduardo Almeida (Padim), presidente da Associação
dos Criadores de Tilápia do Castanhão (Acrítica).
O segundo maior açude do
Ceará, o Orós, é fundamental para abastecimento de cidades e localidades no
Médio Jaguaribe e a produção de pescado na região Centro-Sul cearense. Neste
ano, a recarga ainda permanece reduzida – até ontem – 61 milhões de metros
cúbicos. No início do ano, acumulava 6,15% e neste domingo estava com 9,41%.

O reservatório inaugurado em
1961, após a intensa seca de 1958, era mais uma promessa governamental para
reduzir os efeitos da estiagem no Estado. Atualmente, libera 500 litros por
segundos para abastecer comunidades rurais no Rio Jaguaribe, 90l/s para o Canal
do Feiticeiro (localidade de Jaguaribe) e 40l/s para a adutora do Lima Campos.
“A quadra chuvosa vai até maio e temos esperança da volta das chuvas e que
o Orós tenha maior recarga”, disse o gerente do escritório da Cogerh, em
Iguatu, Anatarino Torres.

Neste ano, o aporte superior a 85 milhões de metros cúbicos registrado no Açude Banabuiú foi o maior desde 2011. No início da atual quadra chuvosa, o reservatório, que é o terceiro maior do Estado, acumulava menos de um por cento, próximo ao volume morto. A expectativa agora é que ainda este mês ultrapasse 6%. Ontem, estava com 5,88% de sua capacidade.
No atual nível, que é igual ao registrado em 2015, o abastecimento da cidade de Banabuiú e de localidades rurais abaixo do reservatório de mesmo nome está assegurado para os próximos dois anos. Em junho, uma reunião de alocação de água vai definir a quantidade de vazão a ser liberada para atender irrigação e consumo humano.
O gerente regional da Cogerh, Paulo Ferreira, disse que o aporte decorreu de intensas chuvas, acima de 100mm, em Quixeramobim e Senador Pompeu. “Começamos o ano com pouco mais de sete milhões de metros cúbicos e agora estamos com quase noventa e três milhões. O clima entre os produtores rurais é de alegria, de retomada das atividades agropecuárias, da produção de leite”.

Norte

A previsão inicial da Funceme de que as chuvas neste ano iriam beneficiar a região Centro-Norte vem ocorrendo, a exemplo do que se registrou em 2017. As Bacias Hidrográficas do Coreaú (91,27%), Litoral (77,02%) e Acaraú (35,46%) foram as mais beneficiadas em 2018. Dos 20 açudes que transbordaram neste ano, cinco estão na Bacia do Coreaú (Angicos, Diamantino II, Itaúna, Tucunduba e Várzea da Volta) e dois na Bacia do Acaraú (Acaraú Mirim e São Vicente). Em Cariré, o Taquara um dos dez maiores do Estado, em 1º de fevereiro estava com 22,05% e ontem acumulava 34,56%.
O açude Pedras Brancas, no Sertão Central, é essencial para o abastecimento das cidades de Quixadá e de Quixeramobim. O reservatório que em 1º de fevereiro acumulava 4,87% agora chegou a 13,71%. O aumento do volume foi um alívio para a região. O Açude Figueiredo, em Alto Santo, no início deste mês acumulava apenas 0,14% e em 20 dias foi para 6,80%.

Abril supera março

O mês de abril superou sua média histórica, que é de 188.0 mm. Faltando uma semana para ficar concluído o terceiro mês da quadra invernosa (de fevereiro a maio), já registrou 204.2 mm, o que significa um desvio positivo de 8,6%. Ultrapassou também a média de março, que é de 203.4 e neste ano foi de apenas 120.5, um desvio negativo de 40,8%. Se maio chover dentro da média histórica, que é de 90,6 mm, teremos superado a média da quadra como, aliás, previu a Funceme no início de fevereiro.

Fonte: Diário do Nordeste



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