O número de mortos no terremoto e tsunami que atingiram na sexta-feira, 28, a ilha indonésia de Célebes subiu para 832 ontem, depois que os serviços de emergência encontraram mais corpos entre os escombros de Palu, cidade de 350 mil habitantes na costa oeste da ilha. “O número de mortos vai continuar aumentando”, alertou o porta-voz da Agência de Gestão de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho.
Os enterros estavam programados para começar ontem mesmo, para evitar a propagação de doenças, indicou Nugroho.
Além da devastação registrada em Palu, as autoridades e diversas ONGs também estão preocupadas com a situação na região de Donggala, mais ao norte. O difícil acesso às zonas afetadas é um grande problema que dificulta os resgates.
Os hospitais não conseguem receber todas as vítimas e muitos feridos recebem atendimento ao ar livre. Alguns estabelecimentos sofreram graves danos com o terremoto. Faltam água e alimentos para os moradores e muitos mercados foram alvo de saques.
As autoridades anunciaram que 71 estrangeiros estavam em Palu no momento do terremoto, a maioria deles já localizados.
O terremoto de 7,5 graus de magnitude que sacudiu a ilha Célebes provocou uma onda gigante que arrastou carros, árvores e postes de energia elétrica, além de ter destruído vários imóveis. Muitos moradores de Palu dormiram em campos de futebol ou abrigos improvisados, construídos com bambu, por medo de tremores secundários. Famílias formaram longas filas para receber água potável e macarrão instantâneo.
Ontem, a União Europeia (UE) concedeu 1,5 milhão de euros em ajuda humanitária de emergência para as vítimas da catástrofe. A ajuda do bloco servirá para “proporcionar provisões essenciais como comida, teto, água, e produtos médicos e de saúde”, disse, em comunicado, o comissário europeu de Ajuda Humanitária, Christos Stylianides.
No Vaticano, após a tradicional Oração do Ângelus na missa dominical realizada na praça de São Pedro, o papa Francisco prestou solidariedade ao povo indonésio e rezou pelos mortos e feridos e por todos os que perderam suas casas. Em suas orações, o papa pediu também proteção para as pessoas que trabalham nos serviços de resgate.
O terremoto foi mais potente que os tremores que deixaram mais de 500 mortos e 1.500 feridos na ilha indonésia de Lombok no último mês de agosto.
A Indonésia, um arquipélago de 17 mil ilhas, fica no Anel de Fogo do Pacífico e é um dos países do mundo mais propensos a sofrer desastres naturais.
Em dezembro de 2004, a Indonésia sofreu uma série de terremotos devastadores que motivaram um grande tsunami provocando a morte de 220 mil pessoas na região.
Em 2006, quase 6 mil pessoas morreram em um violento sismo que atingiu a ilha de Java.
Fonte: Agência Brasil