A nove dias do fim do mês, este dezembro é o mais chuvoso dos últimos oito anos, com 81 milímetros (mm) de média de precipitações observadas em todo o Estado. O número é 156,4% maior do que a média histórica para o período, que é de apenas 31,6 mm. Em 2010, a média do Ceará foi de 88,2 mm, e desde então nenhum mês derradeiro do ano fechou atingindo nem mesmo a média de chuvas. Ainda assim, não é sinal de boas precipitações para a quadra chuvosa, compreendida entre fevereiro e maio.
“Uma boa pré-estação chuvosa significa uma boa estação chuvosa? Não necessariamente. O ano de 2016 foi um dos mais secos que a gente tem registrado, mas a pré-estação, o mês de janeiro em particular, foi uma das mais chuvosas”, comentou Meiry Sakamoto, supervisora do Núcleo de Meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
As chuvas de novembro – o mais chuvoso desde 1979 – e de dezembro serviram para “molhar pequenos reservatórios”, aponta Bruno Rebouças, diretor de Operações da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). “Houve pequenos aportes em reservatório pontuais. E ajuda porque molha e facilita se vierem chuvas mais fortes, mas ela também levantam o alerta para a população não achar que é um bom inverno e começar a gastar”.
De acordo com Portal Hidrológico, que monitora 155 reservatórios, o Ceará está com 10,94% da capacidade. No dia 21 de novembro, tinha 11,61% – o que denota diminuição do volume, apesar das chuvas.
A situação é, no entanto, melhor que em dezembro de 2017: no dia 21 do ano passado, o volume era de 7,43%. Atualmente, 27% dos açudes estão secos (quando a água está em quantidade mínima e não tem possibilidade de uso) ou em volume morto (quando só com bombas flutuantes é possível captar metros cúbicos do que resta de água). São 101 açudes com volume abaixo de 30%.
O Castanhão, principal reservatório do Ceará, está com 4,46% da capacidade total. Apesar de baixo, é percentual maior que os 2,81% de dezembro de 2017.
Fonte: O Povo Online