Novembro representou, para o Ceará, o oitavo mês consecutivo de diminuição nos índices de criminalidade monitorados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Só em número de assassinatos, a redução foi de 30,6% comparada ao mesmo período do ano passado. A estatística, referente a homicídios, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios, foi divulgada na manhã de ontem, 6, na SSPDS, pelo secretário André Costa.

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No acumulado de janeiro a novembro deste ano, foram 489 mortes a menos do que em 2017, o que já representa uma diminuição percentual de 10,5% ? valor acima da meta de 7% estipulada pelo Estado. No entanto, para assegurar o movimento de queda durante a próxima gestão Camilo Santana (PT), a estratégia governamental de segurança vai mudar. Segundo André Costa, os investimentos devem ser, agora, concentrados em inteligência e investigação.

“A Polícia Civil, tradicionalmente, faz um trabalho reativo. Sempre ‘correndo atrás'”, analisou o secretário. Por causa disso, o órgão investigativo deve passar a agir, também, de forma proativa, se antecipando às práticas criminosas. Parte desse novo fluxo proposto se inicia com a inauguração, nesta manhã, 7, do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública do Nordeste. “Esse Centro vem em boa hora para que a gente possa trabalhar com especialistas policiais e de universidades, para que os nove estados do Nordeste ? que compõem o Centro ? venham a ganhar tendo acesso mais fácil a dados”, observou Costa.

Coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), César Barreira reconheceu como positiva a redução da criminalidade no Ceará, mas lembrou que não é possível afirmar com precisão que as causas para o declínio decorram apenas das ações policiais. Daí a importância, segundo o especialista, de intensificar os trabalhos investigativos e de inteligência. “Facções não vão ser contidas com violência. Só com violência”, ressaltou.

Everardo Lima da Silva, delegado-geral da Polícia Civil, afirmou que, desde que recebeu reforço de pessoal, armamento e viatura, o órgão tem conseguido, de fato, prevenir homicídios e roubos. “Precisa melhorar tanto em recursos como em efetivo, mas, mais do que isso, precisa mudar a estratégia. Vamos trabalhar de forma velada na parte preventiva. Vamos ser modelo para o Brasil. Anote aí que eu disse isso”, assegurou o gestor.

César Barreira orienta, por outro lado, que, atrelado aos investimentos em segurança, o Estado retome o ritmo dos trabalhos do Pacto por um Ceará Pacífico, programa que o especialista considera “muito bem montado e articulado”, mas que estaria, nesse momento, menos “presente” nas ações do Estado.

Fonte: O Povo Online

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