A Polícia Federal prendeu 26 pessoas na manhã desta quinta-feira (21), em uma operação contra uma quadrilha especializada em transportar drogas da Colômbia e da Venezuela para o Brasil, Estados Unidos e Europa. Ao todo, agentes cumprem 55 mandados de prisão contra envolvidos no esquema. Além das prisões, a PF tenta apreender 47 aeronaves usadas pela quadrilha.

João Soares Rocha, apontado como chefe da quadrilha, foi preso em Tucumã, no Pará. Aeronaves já foram apreendidas pela PF, mas um balanço de apreensões não havia sido divulgado até a última atualização desta reportagem.

O advogado de João Soares afirmou que não teve acesso ao processo e que não vai se pronunciar até que o cliente desembarque em Palmas.

Segundo a investigação, a quadrilha transportou mais de 9 toneladas de cocaína entre 2017 e 2018, em 23 voos que carregavam 400 quilos da droga, em média, cada um.

Números da operação até as 11h:
26 prisões;
18 mandados de busca cumpridos;
Além de pilotos, a organização contava com mecânicos que adulteravam as aeronaves para aumentar a autonomia dos voos e ocultar o prefixo original dos aparelhos, para despistar as autoridades. O grupo usava Palmas e Porto Nacional, no Tocantins, como pontos de apoio.

As investigações indicam que a rota do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia, Bolívia), países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia).

A operação envolve 400 policiais e conta com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás. Os mandados foram expedidos pelo juiz federal Pedro Felipe de Oliveira Santos, da 4ª Vara de Palmas. As investigações também tiveram apoio da agência americana DEA (Drug Enforcement Administration) e da agência surinamesa CTIU (CounterTerrorism Intelligence Unit).

Os mandados são cumpridos no Ceará, no Distrito Federal, em Goiás, no Pará, no Paraná, em Roraima, em São Paulo e no Tocantins. Além da apreensão das aeronaves, o juiz determinou o sequestro de 13 fazendas e de cerca de 10 mil cabeças de gado.

De acordo com as investigações um dos envolvidos na organização criminosa era o piloto Cristiano Felipe Rocha Reis, que morreu em Goiânia após uma queda de avião no Pará. Ele era sobrinho do empresário João Soares Rocha.

Outro citado como integrante da operação é Evandro Geraldo Rocha dos Reis, pai de Cristiano, e que morreu na queda do mesmo avião em que o filho estava.

Ainda segundo as investigações, o esquema teria ligações com traficantes como Fernandinho Beira-Mar e também Leonardo Dias Mendonça, que estava preso em Aparecida de Goiânia, mas ganhou progressão para o regime semiaberto.
A apreensão de uma aeronave com 300 quilos de cocaína em julho do ano passado, em Formoso do Araguaia, também está nos documentos como parte do esquema. A suspeita é que a droga tinha saído da fronteira da Bolívia com o Mato Grosso.

Segundo a PF, os investigados devem responder por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.

A operação foi batizada de Flak, termo que, de acordo com a PF, era usado durante a Segunda Guerra Mundial para identificar a artilharia antiaérea alemã.

Fonte: G1 CE


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