Fevereiro – primeiro mês da quadra chuvosa cearense – se encerra hoje e já atingiu a marca de 177,7 milímetros (mm) de precipitações, superando em 49,8% a média histórica para o período (118,6 mm), conforme dados parciais da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). A situação hídrica do Estado, contudo, está longe de ser satisfatória. Até ontem, o volume de água armazenado era de 2,08 bilhões de metros cúbicos (m³), o que representa 11,16% da capacidade do sistema (18,62 bilhões m³), conforme a resenha diária da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Ainda assim, o cenário é mais confortável se comparado ao da mesma data do ano passado, quando a carga armazenada – 1,39 bilhões m³ – representava 7,47% da capacidade total.
Dos 155 açudes monitorados pela Cogerh no Estado, cinco estão sangrando. Todos de pequeno porte: Batente (Ocara), Germinal (Palmácia), Maranguapinho (Maranguape), Tijuquinha (Baturité) e São José I (Boa Viagem). O Cocó, que teve dias de sangria este mês, está entre os 11 com volume superior a 90%. A maior parte, 102 açudes, porém, está com volume inferior a 30%.
Maior reservatório cearense, o Castanhão, localizado na bacia do Médio Jaguaribe, está com apenas 3,48%. Em 27 de fevereiro de 2018, essa marca era de 2,22%. O melhor nível do açude no ano passado foi observado entre 8 e 11 de maio (último mês da quadra chuvosa), ao atingir 8,7% da capacidade. Já o volume recorde é de 14 de maio de 2009, com 96,79%.
A situação não é muito diferente dos outros dois principais reservatórios do Ceará, Orós e Banabuiú. Eles acumulam, respectivamente, 5,41% e 5,81% de suas capacidades. No dia 27 de fevereiro do ano passado, conforme dados do Portal Hidrológico da Cogerh, o Orós tinha volume um pouco maior que o atual – 5,82%. Já o Banabuiú tinha apenas 0,45% de água armazenada.
As duas únicas bacias do Estado que até ontem não tinham atingido o volume de chuvas esperado para fevereiro, segundo a Funceme, foram Salgado e Alto Jaguaribe, no Sul do Estado, com índices de 27% e 4,5% abaixo das médias históricas para o período, respectivamente.
A situação não deve mudar, caso siga o que foi sinalizado no prognóstico da Funceme, divulgado no dia 18 janeiro e válido para os três primeiros meses da quadra chuvosa. Segundo a previsão, a maior probabilidade é de chuvas abaixo do normal na região Sul, diminuindo ao longo do intervalo.
O POVO procurou Cogerh e Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), na tarde de ontem, para tratar sobre a situação hidrológica, bem como planejamento e ações desenvolvidas para o abastecimento no Estado, mas foi informado que os respectivos representantes estavam reunião.
Trimestre
Funceme aponta 30% de probabilidade de chuva acima da média, 40% para em torno da média e 30% para abaixo da média entre fevereiro e abril, principais meses da quadra chuvosa.
Aporte
5,99 milhões de metros cúbicos (m³) foi o aporte verificado ontem, conforme resenha diária da Cogerh. O aporte verificado em 2019, desde 1º de janeiro, é de 277,84 milhões m³.
Com informações O Povo Online