A barragem do Açude Granjeiro, localizada em Ubajara, na Região da Serra da Ibiapaba, no interior do Ceará, foi embargada pela Agência Nacional das Águas (ANA). A medida foi tomada devido aos riscos de rompimento da estrutura do empreendimento, que pertence à Agroserra Companhia Agroindustrial Serra da Ibiapaba. A decisão da ANA foi tomada na última quarta-feira (13), mas foi divulgada apenas neste domingo (17).
O embargo deve durar até que todas as providências para garantir a segurança do local sejam tomadas. Na noite do último sábado (16), a Prefeitura de Ubajara, em parceria com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, retirou aproximadamente 250 famílias que residiam próximo à barragem. Elas foram levadas para as casas de parentes e para o Santuário da Mãe Rainha, que está servindo de abrigo e fica em uma área afastada do açude.
A Prefeitura informou que 513 famílias seriam evacuadas, o que corresponde a cerca de 3.200 pessoas, mas 960 moradores se recusaram a sair de suas residências.
Riscos de rompimento
A Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh) detectou, na última terça-feira (12), uma erosão na parede interna da barragem, que fica em contato direto com a água, representando risco de rompimento. A ANA esteve no local e constatou que o açude estava em situação de emergência.
Durante a semana, ações de melhorias estavam sendo feitas pela ANA, Cogerh, Defesa Civil e Prefeituras Municipais de Ubajara e Tianguá. No entanto, com o grande volume de chuvas na região e um dos trechos do sangradouro da barragem obstruído, a Defesa Civil emitiu um novo alerta de risco de rompimento e a Prefeitura evacuou o entorno do local.
O prefeito de Ubajara, Renê Vasconcelos, informou que um gabinete de crise foi montado para monitorar a situação do açude e da região. Além disso, neste sábado, novas aberturas foram feitas na parede da barragem para ajudar no escoamento da água e diminuir o volume armazenado.
De acordo com o prefeito, “hoje, a barragem se encontra relativamente estável, com a abertura desse novo sangradouro. Isso foi feito para que o volume do açude diminua e não coloque em risco a vida da população”. Ainda conforme Vasconcelos, uma reunião será marcada com o proprietário do empreendimento e o governador do estado, Camilo Santana, com o objetivo de definir medidas para manter a barragem, para que ela continue provendo recursos hídricos para os moradores da região.
A Agência Nacional das Águas informou que vem autuando a Agroserra desde 2017, por causa das condições de abandono do local. Enquanto as medidas de segurança exigidas não forem tomadas, a empresa não poderá operar a barragem.
O G1 não conseguiu contato com os responsáveis pela empresa dona do terreno onde está o açude.
Fonte: G1 CE