Levando em consideração o número de famílias no Ceará, são 1.027.487 pessoas vivendo na miséria, segundo o Ministério da Cidadania.
A extrema pobreza atinge 3.029.625 pessoas no Ceará, de acordo com dados do Cadastro Único para Programas Sociais do Ministério da Cidadania. No Brasil, é considerada extrema pobreza a população que sobrevive com renda familiar per capita de até R$ 89 por mês. Isso significa que em uma família de quatro pessoas, por exemplo, o somatório do valor total que os membros ganham por mês dividido por quatro é inferior a R$ 89. Os dados correspondem ao mês de junho de 2019.
Levando em consideração o número de famílias no Ceará, são 1.027.487 pessoas vivendo na miséria, segundo o Ministério da Cidadania. O número representa a adição de 31,7 mil famílias quando comparado às 995.777 famílias vivendo na extrema pobreza registradas pelo Governo Federal em junho de 2018.
O Ceará é o quarto estado do Brasil com o maior número de famílias vivendo na extrema pobreza. Apenas Bahia (1,82 milhão); São Paulo (1,41 milhão) e Pernambuco (1,15 milhão) superam o resultado cearense.
Políticas sem eficácia
De acordo com o professor Vitor Hugo Miro, coordenador do Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da Universidade Federal do Ceará (UFC), políticas como a de valorização do salário mínimo não demonstram tanta eficácia por normalmente terem efeito apenas sobre os que já se encontram próximo à linha de saída da extrema pobreza. “É uma política muito limitada”, diz, acrescentando que é preciso pensar em um caminho para reverter o crescimento dessa estatística.
Na avaliação do professor, o Bolsa Família representa uma importante ferramenta de transferência de renda, com efeitos a curto e longo prazo. “O Bolsa Família tem algumas condicionalidades, como o acompanhamento da frequência escolar e da saúde. São esses fatores que vão permitir que a família saia da pobreza no futuro”, diz.
Baixa renda
Os dados do Ministério da Cidadania revelam, ainda, que 5,1 milhões de pessoas no Ceará estão cadastradas em programas sociais do Governo Federal. Em situação de pobreza (renda familiar per capita de R$ 89,01 a R$ 178) estão 480,8 mil habitantes, e 1,13 milhão sobrevivem com R$ 178,01 a meio salário mínimo, atualmente em R$ 998.