Uma área superior a 50 hectares foi consumida por um incêndio iniciado na noite deste sábado (24) na zona rural de Quixadá, no Sertão Central do Ceará. De acordo com moradores da comunidade Serrote da Aroeira, no distrito de Alto da Balança, o fogo começou por volta das 20 horas.
O Corpo de Bombeiros de Quixadá foi acionado para debelar o fogo. No entanto, diante dos ventos, as chamas se alastraram rapidamente pela mata nativa, impossibilitando o controle das chamas ainda durante a noite.
Conforme relatos do empresário Paulo Holanda, proprietário de um restaurante próximo ao local do incêndio, a fumaça e as chamas à margem direita da BR-122, no sentido Quixeramobim- Quixadá, causavam risco para quem seguia viagem do sertão para o litoral. “O fogo chegou a atingir mais de três metros de altura”, disse.
O Corpo de Bombeiros informou que a área atingida pelo fogo é de acesso difícil tanto para veículos quanto para homens a pé. O incêndio só foi controlado no início da manhã deste domingo (25). Ninguém ficou ferido.
“O trabalho se prolongou até próximo à meia-noite, quando os bombeiros deixaram o local sem que houvesse ameaças à vida ou ao patrimônio. Até o momento, não houve ‘rechamadas’ para essa ocorrência”, informou o órgão em nota.
Alto risco
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) divulgou um estudo apontando quais municípios cearenses estão sob algo risco de incêndios florestais. Dentre os 20 em destaque, está Quixeramobim, cidade que faz divisa à área consumida pelo fogo na madrugada deste domingo (25).
O quadro mais grave é no Sertão dos Inhamuns, seguido do Médio Jaguaribe e Sertão Central – onde está situado Iguatu. Também há áreas nessa situação no extremo do Cariri e região Norte do Estado. Somadas, as regiões apontadas sob esse perigo representam 10% de todo o território cearense.
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o período entre setembro e outubro registra os picos mais elevados de focos de queimadas no Estado. Em 2019, já foram registrados 260 no Ceará – o número não inclui os incêndios em vegetações registrados, como por exemplo, este do Serrote da Aroeira.
De acordo com o tenente-coronel Nijair Araújo, comandante do Corpo de Bombeiros de Iguatu, a explicação da alta quantidade de incêndio neste período do ano deve-se a uma soma de fatores. Ele detalha que, com o fim da quadra chuvosa, a vegetação nativa rapidamente fica seca, há baixa umidade do ar e o calor se intensifica.
Fonte: G1 CE