Eleita em 2016 prefeita de Capistrano, município a 120 km da capital cearense, Inês Nascimento (PSDB) renunciou ao cargo nesta segunda-feira (19) pela manhã, em pronunciamento na Câmara Municipal.
Inês havia sido afastada por decisão judicial em 13 de dezembro do ano passado, após a operação “Laços de Família“, do Ministério Público Estadual, apontar um esquema de fraudes em licitações na prefeitura. Inicialmente de 180 dias, o afastamento foi prorrogado no dia 13 de junho, mas Inês optou por abrir mão do cargo.

“Quem me deu total apoio foi o povo. A esse povo eu peço perdão por não conseguir cumprir o meu mandato. É por mim, por meus filhos, é por minha família que eu estou renunciando”, disse a ex-prefeita, chorando, durante o discurso de renúncia.

Inês afirmou que agora deve se dedicar à família e à própria defesa. No cargo desde o final do ano passado, Júnior Saraiva (PSD) foi oficialmente empossado como prefeito após a renúncia de Inês, que negou as acusações do MPCE. “Eu tenho minha consciência tranquila. Eu não sou corrupta. Eu nunca desviei dinheiro público”, alegou.

Laços de Família
Deflagrada no ano passado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) do MPCE, a operação “Laços de Família” afastou Inês Nascimento do cargo de prefeita e prendeu seis pessoas ligadas à então gestora após apontar um esquema de fraudes em licitações responsável pelo desvio de R$ 1,4 milhão. De acordo com as investigações, após a eleição de Inês, uma empresa foi aberta em nome de um laranja, com o objetivo de desviar verba pública em processos de contratação e aquisição de produtos pela gestão.

“O marido da prefeita, Antônio Ferreira de Carvalho (Joacir), os enteados, Jocean Nobre de Oliveira (Branco)e Josafá Martins de Carvalho, e os irmãos, Maria Marly Nascimento de Oliveira (ex-secretária de Educação) e Edinaldo Nascimento de Oliveira (secretário de Administração e Finanças), transformaram a Prefeitura Municipal de Capistrano em um verdadeiro balcão de negócios, atuando em inúmeras fraudes a licitações”, afirmou, à época, o MP em nota.


Fonte: Diário do Nordeste

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