O último boletim da Célula de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) contabilizou 2.389 casos de dengue neste ano, volume 99,7% maior que o anotado em igual período de 2018. Os números, contudo, são avaliados com cautela pelo coordenador da Vigilância em Saúde (COVIS), Nélio Morais, que explica que ainda há baixa transmissão da doença. A preocupação maior é com o retorno da circulação do sorotipo 2 da doença.
O tipo mais agressivo da doença não era registrado no país há dez anos. Em Fortaleza, foram confirmados nove casos do tipo. Nélio Morais explica que Fortaleza ainda está abaixo da média do Brasil em número de casos gerais de dengue. “Estamos dentro de uma taxa de transmissibilidade com os parâmetros do Ministério da Saúde”.
“Isso é uma grande ameaça para todos nós. A perspectiva é que em 2020 esse sorotipo 2 possa incidir de maneira mais forte na região Nordeste”, afirma o coordenador. Nélio também explica que, dessa forma, medidas de prevenção devem ser adotadas mais fortemente, como a operação inverno, que inicia em outubro e vai até dezembro, mutirões, entre outras, sobretudo nos bairros que mantêm o maior número de casos.
O coordenador destaca que a capital cearense não passa por epidemias de dengue há mais de sete anos, quando é normal que se tenha uma a cada três anos. Embora a situação seja favorável, Nélio alerta para os cuidados que a população deve ter com a chegada do sorotipo 2.
Chuvas
Outro fator apontado por Nélio Morais para o aumento dos casos de dengue foi o quadro chuvoso de 2019. “A umidade é um dos maiores fatores do ciclo reprodutivo do mosquito, as questões naturais tem uma interferência enorme nas arboviroses”
O segundo período deve ser mais confortável em número de casos registrados. “Historicamente, a tendência é que até outubro haja uma baixíssima transmissividade da doença”, afirma o coordenador.
Fonte: Diário do Nordeste

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