O Ministério Público do Ceará (MPCE) integra a terceira edição da operação Mata Atlântica em Pé, com ações de preservação da floresta, para coibir o desmatamento e proteger as regiões do bioma da Mata Atlântica no Ceará e no país. A operação conta com outros 16 estados brasileiros, tendo início nesta segunda-feira (16) e seguindo até o próximo dia 20 de setembro.  

O trabalho é feito por meio de fiscalizações e vistorias em propriedades onde houver a confirmação de desmatamento do bioma, identificados com suporte de satélite e atlas desenvolvidos pela SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Imagens comparativas entre o estado atual dos imóveis e a situação em períodos anteriores vão ser analisadas. 

No Ceará, a ação é coordenada pelo Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente (Caomace), por meio da promotora de Justiça Jacqueline Faustino (coordenadora), e promotor de Justiça Francisco das Chagas Vasconcelos (coordenador adjunto); com o apoio da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), da Polícia Militar Ambiental (BPMA) e da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis no Ceará (Ibama). 

Nacionalmente, a coordenação é feita pelo Ministério Público do Paraná, por meio do promotor de Justiça Alexandre Gaio que atua junto ao Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (CAOPMAHU).   

De acordo com o ministério, é a primeira vez que todos os estados brasileiros que abrigam o bioma Mata Atlântica participam da operação. 

Multas 
Na edição anterior da operação, o Ceará teve o 3º maior valor de multas aplicadas: R$ 2,4 milhões.  Os municípios de Cruz, Acaraú, Trairi, Paraipaba e Itarema passaram pela fiscalização.  

Um total de 26 polígonos foram fiscalizados e 567 hectares foram embargados por confirmação de desmatamento ilegal, o que resultou na lavratura de 12 autos de infração. 

Mata Atlântica 
O bioma ocupa uma área de 1.110.182 Km², equivalente a 13,04% do território nacional, e abriga formações florestais (floresta ombrófila densa; floresta ombrófila aberta; floresta estacional semidecidual; floresta estacional decidual e floresta ombrófila mista, também denominada de Mata de Araucárias), além de ecossistemas associados (restingas, manguezais, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais).   

É um dos biomas que apresenta a maior diversidade de espécies de fauna e flora – tanto que alguns trechos da floresta são declarados Patrimônio Natural Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

E também um dos sistemas mais explorados e devastados pela ocupação humana: perto de 70% da população brasileira vive em território onde antes havia esse tipo de cobertura, informa o MPCE. 

(Diário do Nordeste)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *