No Ceará, foram registradas 6 mortes por meningite na 22ª Semana Epidemiológica, até dia 30 de maio deste ano, reduzindo em 75% em comparação a 2019, quando foram contabilizados 24 óbitos. Ao todo, o Estado teve 105 ocorrências pela doença neste ano, com maior incidências da meningite viral, com 38 casos, e da meningocócica, com 15, representando respectivamente 36,2% e 14,3% do total.
Em 2019, no mesmo período, 236 casos foram confirmados, conforme boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Da mesma forma que neste ano, as meningites virais e meningocócicas tiveram maior incidência, com 95 e 28 casos, equivalente a 40,3% e 11,9%. Em relação aos óbitos, a meningite meningocócica teve 10 mortes nos 28 casos, registrando letalidade de 35,7%.
Em comparação a 2020, as ocorrências totais tiveram redução de 55,5%, saindo de 236 para apenas 105.
De acordo com a Sesa, os dados de 2020 ainda podem sofrer mudanças caso haja notificações dos municípios e unidades. Após isso, mais 15 dias, no mínimo, são necessários para atualização do sistema.
A pasta estadual ainda menciona uma possibilidade das quedas de notificações da meningite relacionadas à pandemia do novo coronavírus.
“Seria o fato de estarmos falando de um acometimento que em sua grande maioria é ocasionado por infecções de transmissão respiratória. Ou seja, as mesmas medidas adotadas para a redução da transmissão de Covid-19 são medidas simples (como lavar as mãos, manter ambientes limpos e arejados, evitar aglomerações), que também podem evitar a propagação de vários outros patógenos, como os que causam meningite, podendo assim influenciar na redução na incidência da doença”.
Letalidade
Ano passado, as maiores taxas de letalidade ocorreram com as faixas etárias de 60 anos e mais, com 20%, assim como de 40 a 49 anos, com 18,2%. Enquanto, em número bruto, os maiores índices de casos foram registrados nas faixas etárias de 20 a 29 anos, assim como de 30 a 39 anos, ambos com 37 confirmações da doença.
Em 2020, a maior quantidade de casos ocorreu com a faixa etária de 40 a 49 anos, tendo 23 registros, seguido logo após pelo grupo de 30 a 39 anos, com 21 casos. Dos dois, somente o segundo apresentou morte, com um caso.
A taxa de letalidade, nesse mesmo período, foi maior no grupo de 15 a 19 anos, com 25%. Dos 4 casos registrados, 1 resultou em morte.
Contudo, conforme a Sesa, “qualquer pessoa está sujeita a ter a doença”. “Porém, as pessoas que não foram vacinadas, crianças menores de um ano de vida, os adolescentes e os idosos apresentam maiores chances de contraírem a doença. Dependendo do tipo de agente etiológico causador da meningite, o diagnóstico precoce e a instituição do tratamento adequado é primordial para minimizar as chances do doente ir a óbito. Ou seja, diagnóstico precoce salva vidas”.
Casos no interior
Em 2019, casos de meningite foram confirmados em 65 dos 185 municípios cearenses, representando 35,3%. Do total, apenas 13 tiveram registro de óbitos, equivalente a uma taxa de 7,1%.
Já neste ano, houve uma redução de 38,5% na quantidade de cidades com casos confirmados, tendo somente em 40 das cidades, equivalente a 21,7%. As mortes só foram registradas em 3 dos municípios, representando menos de 2% do total.
Em municípios como Poranga, Guaraciaba do Norte, São Benedito, Ubajara, Tianguá e Parambu, localizados a oeste do Estado, que tiveram ao menos uma ocorrência da doença no ano passado, não houve nenhum registro nessas localidades em 2020.
Vacinação
Para combater a meningite no Brasil, a vacina Meningocócica ACWY foi incorporada ao calendário nacional de vacinação neste ano, com indicação para adolescentes na faixa etária de 11 e 12 anos.
Em 2019, o boletim afirma que as vacinas CV ficaram abaixo da meta em alguns municípios do Estado, em decorrência do desabastecimento a nível nacional da vacina Pentavalente e do processo de integração entre as bases de dados para registro da vacinação.
(G1 CE)