Pelo menos sete focos de incêndio em vegetação nos municípios de Sobral, Ipueiras e Nova Russas, na região Norte, e em Tauá, na região dos Inhamuns, foram registrados neste domingo (16). Na zona rural de Sobral, o fogo consumiu cerca de 215 hectares de mata nativa do semiárido cearense. As ocorrências foram registradas, em sua maioria, às margens de rodovias.

O major Mardens Vasconcelos, do Corpo de Bombeiros de Sobral, disse que foram necessárias três equipes, cada uma com oito homens, para debelar as chamas, além de 30 mil litros de água. Na localidade de Aracatiaçu, foram destruídos cerca de 200 hectares entre às 8 horas e 17 horas deste domingo (16).

“Em dezesseis dias deste mês, já registramos 124 focos de incêndios em vegetação”, pontuou Vasconcelos.

Na estrada que liga a cidade de Sobral ao distrito de Groairas, o fogo queimou uma área menor, estimada em cinco hectares. No distrito de Bonfim, os Bombeiros estimam que o fogo destruiu aproximadamente seis  hectares. “São incêndios provocados pela ação humana”, pontou o major Mardens Vasconcelos.

Inhamuns

Na zona rural de Tauá, o fogo destruiu 10 hectares de vegetação, na localidade de Carrapateiras. De acordo com o coronel do Corpo de Bombeiros, Marcos Gomes, o incêndio começou por volta das 13 horas e se estendeu até às 17h30. “Foi deslocada uma equipe com cinco homens e utilizados cinco mil litros de água no combate ao fogo”, disse Gomes.

“Existe o costume antigo de se colocar fogo para queimar restos de plantas e limpar o terreno, mas muitas vezes as chamas fogem do controle e se alastram por uma área maior”.

Em Ipueiras, o incêndio ocorreu na Vila Nova, nas proximidades da Prefeitura, neste domingo, por volta das 15 horas. “A equipe utilizou bombas costais, abafadores e sopradores”, explicou o capitão Prado, do Corpo de Bombeiros de Crateús.

Em Nova Russas, o fogo também ocorreu na área urbana, em terrenos com vegetação.

Assentamento em Amontada

Uma viatura de combate a incêndios da unidade de Itapipoca também foi deslocada, neste domingo, para o assentamento da Enxada, zona rural do município de Amontada, onde foi registrado um foco de incêndio em vegetação em uma área estimada de três hectares.

Desde julho passado, com o início da temporada de incêndios em vegetação no sertão cearense, o Ceará vem registrando quantidade significativa de ocorrências. Os focos se intensificaram neste mês de agosto e devem seguir até o fim deste ano, favorecidos pelo tempo quente e a mata seca.

O agrônomo e ambientalista, Paulo Maciel, destaca algumas consequências das queimadas aos ecossistemas atingidos:

  • Mortandade de espécies de animais da Caatinga;
  • Perda de material genético das espécies herbáceas e arbustivas;
  • Queima de sementes;
  • Diminuição da cobertura vegetal;
  • Queima de matéria orgânica e empobrecimento e perda de fertilidade de solos;
  • Poluição do ar e problemas respiratórios.

  • Possíveis soluções, segundo o agrônomo:
  • Adoção de políticas públicas estaduais;
  • Implementação de fiscalização;
  • Organização dos serviços municipais de licenciamento e controle ambiental;
  • Envolvimento das comunidades rurais e dos órgãos de pesquisa e extensão rurais;
  • Identificação e punição aos infratores;

Estímulo aos agricultores e criadores na implantação de outras formas de uso e exploração do solo, como os sistemas agrossilvopastoris e agroflorestais.

(Diário do Nordeste)


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