Um novo alerta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), emitido nesta quinta-feira (1º), aponta para umidade relativa do ar abaixo de 30% em 158 municípios cearenses, ou seja, 85,86% do território do Estado. Com o tempo mais seco, especialistas apontam para um maior risco de incêndios florais e danos à saúde humana. O aviso é válido até hoje, às 18h. 

A situação mais preocupante acontece em 53 municípios classificados com “perigo”, quando a umidade relativa do ar varia entre 12% a 20%. Neste caso, as regiões atingidas são: Sertão cearense, Jaguaribe, Cariri e Centro-Sul. Já em “potencial perigo”, quando a umidade gira em torno de 20% a 30%, são 105 municípios atingidos, localizados no Sertão cearense, nas regiões Jaguaribana, Norte e Noroeste do Estado.  

A gerente de meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Meiry Sakamoto, aponta que o interior do Estado, especialmente na região Centro-Sul, é a área onde a umidade relativa do ar costuma apresentar índices mais baixos nessa época do ano, pois, após o encerramento da estação chuvosa, se tornam comuns os dias com céu claro e poucas nuvens.

“Nesses períodos de alta temperatura, a umidade relativa do ar, ao contrário, pode cair a níveis preocupantes do ponto de vista de saúde”, observa Sakamoto.   

Outros fatores que contribuem para a taxa de umidade relativa do ar ser mais preocupante no interior é a continentalidade, ou seja, a distância do oceano.

Além disso, os ventos mais fortes ajudam a aumentar a evapotranspiração da vegetação, já castigada pelo solo seco e a falta de chuvas, explica a meteorologista. Já no litoral, a umidade proveniente da evaporação da água do mar, que é transportada ao continente pelos ventos, torna este fenômeno menos agravante.   

Riscos    

O Corpo de Bombeiros alerta para o perigo, neste segundo semestre, das queimadas, sobretudo a prática ilegal de “brocar” um terreno antes de plantar, como preparação do solo. “Isso ainda é muito comum no interior do Estado”, aponta o tenente-coronel Nijair Araújo.

“A maioria (dos incêndios) são de focos clandestinos e criminosos, pela ação do homem, destruindo a natureza, flora e fauna. O calor e os ventos tornam ainda fáceis de se alastrarem. A gente tem que trabalhar, além da questão educativa, a questão punitiva”, acredita o militar.     

O alergologista e imunologista Cícero Inácio, aponta que a baixa umidade do ar também pode causar problemas de saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz.

“É comum a secura das mucosas nasais, exacerbação de conjuntivites alérgicas, dermatite atópica, asma e rinite alérgica”, cita. 

O próprio Inmet orienta que seja consumido bastante líquido, evite atividades físicas e exposição ao sol nas horas mais quentes do dia. Além disso, recomenda o uso de hidratante para pele e umidificadores de ambiente.  

(Diário do Nordeste)



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