Registro de pessoas com atestado de óbito e ocupantes de cargos políticos recebendo a vacina contra a Covid-19, além da aplicação de mais de duas doses no mesmo indivíduo estão entre as possíveis irregularidades cometidas no processo de vacinação no Ceará, de acordo com investigação da Controladoria Geral da União (CGU).
Ao todo, os casos se dividem entre:
No primeiro caso, foram considerados dados da base de vacinação do Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), com o objetivo de identificar os casos em que há mais do que dois registros de doses aplicadas para um mesmo CPF. As duas vacinas aplicadas no Brasil atualmente, a CoronaVac e a Oxford/AstraZeneca, demandam apenas duas doses por pessoa.
Na segunda irregularidade, houve cruzamento da base de vacinados com a base de pessoas expostas politicamente (PEP) contida no ambiente do CGUData. Contudo, a própria CGU informa que a base está atualizada até 2020, ano em que houve eleição municipal (de vereadores e prefeitos), e alguns indivíduos desse grupo podem ter encerrado o mandato, e voltado para a atuação como profissional da saúde.
Na terceira irregularidade, foram considerados o Cartão Nacional do SUS (CNS), pois é o identificador individual presente tanto no SIPNI, quanto no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do SUS.
De acordo com o superintendente da CGU no Ceará, Giovani Pacelli, a intenção da divulgação da investigação “é mostrar que 68% dos municípios não possuem ocorrências e 32% podem estar ou não com alguma fragilidade”.
Ele reforça ainda que o órgão, por ora, não foca nas punições que podem ser aplicadas a gestores e indivíduos que cometeram irregularidades durante a vacinação, pois é preciso, antes, enfatizar a confirmação dos casos.