Atentar-se para uma alimentação saudável não fazia parte do dia a dia da publicitária Valéria Mendonça até a semana passada, quando ela descobriu, após um exame médico, que a carência de ferro e vitaminas no organismo poderiam culminar em uma doença grave, como a leucemia. Consciente da necessidade de uma mudança, ela introduziu dieta e exercícios físicos na rotina. “Abdicar de comer coisas que eu adorava é um esforço para poder me manter saudável”, admite.
A publicitária faz parte de um grande contingente de cearenses (84%) que concordaram com a frase “Me esforço para manter uma alimentação saudável”, segundo pesquisa “Saúde, Alimentação e Atividades Físicas” da população do Estado, realizada pelo Instituto Opnus, e divulgada com exclusividade ao SVM.
Dentro desse universo, o percentual mais expressivo está ligado às pessoas entre 45 e 59 anos (92%), seguidos por adultos de 35 a 44 anos (88%), acima de 60 anos (87%), de 25 a 34 anos (78%) e, por fim, de 16 a 24 anos (76%).
Apenas 13% do total dos entrevistados discordaram desta questão levantada pela pesquisa e outros 3% não souberam ou não responderam. O levantamento foi realizado com 2.050 pessoas, sendo 53% mulheres e 47% homens, em julho de 2019.
O grande empecilho para tornar a alimentação saudável rotineira é a falta de organização, apontou a nutricionista Karine Holanda. “O ideal é um plano alimentar individualizado. A partir dele, cria-se a lista de compras”, orienta. Ela detalha ainda que algumas atitudes agilizam as refeições, como preparar todo o alimento da semana no mesmo dia, ter sempre vegetais lavados, cortados ou ralados na geladeira, além de frango e carne congelados. “Pequenas escolhas tornam-se ações, que se transformam em hábitos. E assim temos tempo para cuidar mais de nós mesmos”.
Outra barreira para os cearenses comerem com qualidade seria o preço alto dos itens. Para 78% dos entrevistados, custa caro se alimentar de maneira saudável. No entanto, a especialista pondera que essa afirmação é um mito comum e que é possível, sim, manter uma dieta balanceada sem gastar muito.
“Temos que parar de estereotipar alimentação saudável como aquela que tem que ter sal rosa, açúcar de coco, whey protein, sem glúten, sem açúcar, sem gordura, sem lactose”, diz Karine e conduz para a solução desse problema. “O ideal é comer em casa. Investir em comida de verdade, caseira e regional, sai bem mais em conta. As carnes costumam ser os alimentos mais caros, mas podem ser compradas nos dias de promoção; frutas e vegetais da época e regionais saem mais barato. Assim como também aproveitar mais os ingredientes; o frango do almoço pode virar um omelete no jantar “, exemplifica.
Atividade física
A pesquisa mensurou também a frequência da prática de exercícios e revelou um quadro de sedentarismo preocupante entre os cearenses. Do total de entrevistados, apenas 20% conseguem manter uma rotina de atividades físicas diária ou quase todos os dias.
As pessoas que informaram se exercitar de uma a quatro vezes somam apenas 23% e 8% as que fazem atividade física menos de uma vez por semana. Para quem deseja ter uma vida longeva e saudável, ainda dá tempo de mudar de hábitos. É só começar!
Confira dicas para manter uma alimentação saudável
1. Organize-se. Faça uma lista de compras e aproveite os dias de promoções. Opte por alimentos da época e regionais;
2. Priorize “comida de verdade”, aquela alimentação que você descasca mais e desembala menos;
3. Empodere-se sobre o que você está comendo. Leia rótulos: escolha aqueles com menos ingredientes e com nomes conhecidos para você;
4. Faça sua própria comida. Use bastante temperos naturais para dar sabor, cor e aroma às suas refeições: açafrão, pimenta, canela, alho, orégano, manjericão, alecrim, gengibre, cacau em pó, entre outros;
5. Se for comer fora de casa (pizza, sanduíches, bolos etc) prefira aquelas refeições com ingredientes mais saudáveis (farinhas funcionais, menos açúcar, recheios mais leves) e não exagere nas porções.
Fonte: Diário do Nordeste