O senador e ex-ministro José Serra, do PSDB, vai ser investigado por suspeita de receber dinheiro de caixa dois em várias campanhas.
A rua em São Paulo onde mora José Serra é também o endereço de um executivo da Odebrecht que denunciou o ex-ministro. Pedro Novis era amigo de Serra.
“Por isso, eu tenho historias a narrar, fatos a narrar das questões de campanha do ministro Serra desde 2004, 2002 até 2012”.
Foi, provavelmente, por causa dessa proximidade com Pedro Novis que Serra ganhou o apelido de ‘Vizinho’ na Odebrecht.
Pedro Novis contou que na eleição presidencial de 2002, a Odebrecht deu R$ 15 milhões.
“Pode ter havido alguma doação oficial de pouca expressão, a maior parte foi caixa dois”.
As campanhas de Serra também teriam recebido caixa dois para a prefeitura e para o governo de São Paulo.
Outro delator, Luiz Soares, entregou extratos bancários e uma planilha de transferências para um banco suíço. Todos com o codinome “Vizinho”. Em sete pagamentos, é mencionada a obra na linha 2 do metrô de São Paulo.
Pergunta: E isso indica realmente que era um pedido do José Serra, é isso?
Soares: Ele era o beneficiário final. Pago em favor do vizinho.
Em 2010, Serra concorreu novamente à Presidência. Os delatores contaram que mais uma vez a Odebrecht deu dinheiro para campanha, negociado por figuras conhecidas do PSDB. Entre eles, os ex-deputados federais Ronaldo César Coelho e Márcio Fortes, os dois do Rio de Janeiro.
Novis disse que, em troca de 15% do pagamento de valores que o governo do estado devia para a Odebrecht, seriam transferidos ao PSDB R$ 23,3 milhões.
“O ministro Serra me avisou que os dois iam me procurar. Pediram que uma parte fosse paga a Ronaldo César Coelho em contas do Ronaldo no exterior e outra parte fosse paga ao Márcio Fortes. Em euros, foram aproximadamente 6 milhões de euros entre 2009 e 2010. E em reais, eu já ouvi o número de R$ 9 milhões, não estou errando se falar R$ 9 milhões”.
Novis disse que, em troca de 15% do pagamento de valores que o governo do estado devia para a Odebrecht, seriam transferidos ao PSDB R$ 23,3 milhões.
“O ministro Serra me avisou que os dois iam me procurar. Pediram que uma parte fosse paga a Ronaldo César Coelho em contas do Ronaldo no exterior e outra parte fosse paga ao Márcio Fortes. Em euros, foram aproximadamente 6 milhões de euros entre 2009 e 2010. E em reais, eu já ouvi o número de R$ 9 milhões, não estou errando se falar R$ 9 milhões”.
O senador José Serra afirmou que nunca cometeu irregularidades.
A defesa de Ronaldo César Coelho disse que o PSDB ressarciu o cliente com depósitos em contas no exterior, mas que não sabe o valor e a origem do dinheiro.
O ex-tesoureiro do PSDB Márcio Fortes afirmou que não recebeu um único centavo de caixa dois.