Pelo menos 58 pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas no que teria sido um ataque químico em uma cidade no noroeste da Síria, dominada por rebeldes.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, um grupo de monitoramento do conflito, afirmou que ataques aéreos do governo sírio ou de aviões russos na cidade de Khan Sheikhoun asfixiaram muitas pessoas.
Momentos depois, aviões dispararam foguetes contra clínicas locais que cuidavam dos sobreviventes, segundo médicos e ativistas.
Uma fonte militar síria negou que o governo tenha usado armas químicas. O Ministério de Defesa da Rússia também afirmou não ter realizado nenhum ataque aéreo na região.
Em comunicado, a Casa Branca disse “ter certeza” de que o governo de Bashar al-Assad está por trás do ataque. Reino Unido e França também condenaram a ação e pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU.
Se confirmado, este seria um dos ataques químicos mais mortais na guerra civil síria. Entenda o que se sabe até agora:
1. O que aconteceu?
Os aviões teriam atacado Khan Sheikhoun, que fica cerca de 50 km ao sul da cidade de Idlib, no início da manhã desta terça-feira (4).
Hussein Kayal, um fotógrafo do grupo de jornalistas pró-oposição Edlib Media Center (EMC), disse à agência de notícias Associated Press que ele foi acordado pelo som de uma explosão às 6h30 no horário local.
Quando ele chegou ao local do ataque, disse não ter sentido cheiro de nada, mas viu pessoas no chão, sem conseguirem se mover e com as pupilas contraídas.
Mohammed Rasoul, o chefe de um serviço caritativo de ambulâncias em Idlib, disse à BBC que os médicos que ele transportava encontraram pessoas, muitas delas crianças, sufocando nas ruas.
O grupo Observatório Sírio também citou relatos de médicos dizendo que estavam tratando pessoas com sintomas que incluíam desmaios, vômito e espuma na boca.
Um jornalista da agência de notícias AFP afirmou ter visto uma garota, uma mulher e dois idosos mortos em um hospital, todos com espuma ainda visível ao redor da boca.
2. Quantas vítimas o ataque deixou?
Por enquanto, os dados são díspares.O Observatório Sírio de Direitos Humanos afirma que são 58 mortos, incluindo 11 crianças, mas Mohammed Rasoul fala em 67 mortos e 300 feridos. Por sua vez, a agência de notícias Step, pró-oposição, disse que cem haviam morrido.Uma agência de ajuda humanitária, a Union of Medical Care and Relief Organisations (UOSSM), afirmou que o número de mortos já passa de cem e deve aumentar.