Cinco diretores de unidades prisionais, além do coordenador e subcoordenador da Coordenadoria do Sistema Penitenciário (Cosipe), da Secretaria da justiça e Cidadania (Sejus), foram afastados das funções, na manhã de hoje, durante a operação Masmorras Abertas, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio do Núcleo de Investigação Criminal.
Além dos afastamentos, mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas residências dos alvos, nas unidades prisionais e na sede da Sejus, no bairro Meireles. Durante a ação, o coordenador da Cosipe, Edmar Santos, e o diretor da Casa de Privação Provisória de Liberdade II (CPPL II), identificado como Erlano Falcão, acabaram presos em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
Os alvos da ação são suspeitos de cometerem ilegalidades administrativas e estão sendo investigados desde maio de 2016, quando ocorreu uma das maiores crises do sistema prisional cearense, durante e após a greve dos agentes penitenciários do Estado.
“Não se trata de ato de gestão da pasta, mas de ações ou omissões na gestão das unidades penitenciárias e na coordenação do sistema”, detalha o promotor Nelson Gesteira, um dos responsáveis pela investigação. Os mandados de afastamento e busca e apreensão foram expedidos pela Comarca de Itaitinga. Celulares, notebooks e diversos documentos foram aprendidos.
Ainda segundo o promotor, a operação não tem vinculação com a fuga registrada na madrugada da última sexta-feira, 13, quando pelo menos 35 detentos escaparam da Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim, após serrarem as grades das celas. Na manhã do último sábado, o governador Camilo Santana (PT) chegou a afirmar que determinou “rigor para saber a justificativa da fuga”, visto que o presídio é novo, tendo sido inaugurado há cinco meses.
“Essa investigação já dura dois anos. Começou depois da grande crise, da quebra do sistema, quando foram levantados dados que se revelaram suficientes para instalar esse procedimento. Hoje estão sendo cumpridas as decisões de afastamento dos sete alvos para que a gente consiga juntar o restante do lastro probatório paras ações penais”, explica.
Conforme Gesteira, a operação contou ainda com a participação da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) e da Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Fonte: O Povo Online