A vítima que aparece em um vídeo, que circula nas redes sociais, sendo torturada por homens com fardas da Força Tática e da Companhia de Policiamento com Cães (CPCães) é um adolescente de 15 anos. O caso aconteceu na tarde desta terça-feira, 28, no bairro Bela Vista, em Fortaleza.
Segundo tesmunhas ouvidas pela reportagem do O POVO Online, o adolescente estava próximo ao terreno baldio, quando foi abordado pelo policiais para a prática de tortura.
No vídeo, um suposto policial segura a vítima, enquanto o outro faz a prática do afogamento simulado (totura na qual a água despejada sobre o pano na face inunda os pulmões e a vítima sufoca lentamente). O terceiro observa o crime de perto e outros dois aparecem no entorno.
A vítima agita as pernas desesperadamente para tentar se livrar da situação. As imagens se encerram, no entanto, com o rapaz imóvel, ainda com um dos supostos agentes por cima dele com o rosto coberto por balaclava. Os demais estão armados.
Ainda de acordo com testemunhas, após a cena de crueldade, o adolescente foi atendido por um socorrista do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levado para o Instituto Doutor José Frota (IJF).
A vítima recebeu alta em seguida e está com o corpo cheio de hematomas, segundo apurou O POVO Online.
A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Ceará, está acompanhando o caso. “A situação fica bem complicada e temos que dar todo o apoio jurídico, inclusive, para todos que estão envolvidos nessa história”, afirma Deodato Neto, presidente da Comissão.
A Polícia Militar do Ceará (PM-CE) e a Controladoria Geral de Disciplina (CGD) vão investigar o caso. Por meio de nota, o Comando da PM respondeu que tomou conhecimento do vídeo e adotará medidas. “A Corporação não compactua com atos de violência nem que afrontam a dignidade humana”, diz um trecho do comunicado.
Paralelamente, a CGD, em nota, afirma que já determinou a instauração de procedimento disciplinar para a devida apuração dos fatos.
A Defensoria Pública do Estado informou que acompanha o caso. “A tortura é inaceitável. Entendemos que a situação tem que ser apurada e verificada. Constatando-se, através da investigações, que ocorreu a tortura, as responsabilidades devem ser verificadas caso a caso. A Defensoria confia na apuração por parte da CGD e na atuação do Ministério Público neste caso”, diz Emerson Castelo Branco, supervisor do Núcleo de Assistência ao Preso Provisório e às Vítimas de Violência (Nuapp).
Fonte: O Povo Online