Um delegado, nove policiais civis, dois agentes penitenciários, além de um perito criminal foram demitidos de suas funções nesta quarta-feira (28). A informação foi publicada no Diário Oficial do Ceará (Doe).
Segundo as informações publicadas pela Controladoria Geral de Disciplina (CGD), as demissões envolvem extorsão, abuso sexual no trabalho, relação sexual com detentas e até envolvimento com furto de gado.
O delegado demitido foi Francisco José Ferreira Braúna lotado em 2010 na Delegacia Metropolitana de Maracanaú.
As investigações apontam que, no dia 18 de dezembro de 2010, por ocasião da prisão de um homem, o delegado com a ajuda do inspetor da Polícia Civil Valter de Oliveira Santiago Filho teria arbitrado uma fiança de R$ 530,00 e, oficialmente, o dinheiro recolhido foi de R$ 180,00. Segundo as investigações da CGD, o preso afirmou que havia supostamente de sua carteira o valor de R$ 220,00.
No caso dos policiais civis, o fato que mais chama atenção foi registrado no município de Pacatuba, em dezembro de 2015. Na ocasião, quatro inspetores Maciel Alves de Lima, Lisandro de Sousa Arnaud, Nélson Oliveira de Araújo e Marcilho Lopes de Souza extorquiram a família de um detento no valor de R$ 10 mil.
De acordo com o relatório que se encontra no Doe, caso a família do preso não conseguisse o dinheiro, os agentes “simulariam uma situação de flagrância em seu desfavor, o que justificaria a prisão em flagrante”. Além de crime de extorsão, o preso teria dito para que fora agredido pelos inspetores.
Um outro crime envolvendo agentes da Polícia Civil, conta que, o inspetor Francisco Ari Alves de Moura estaria repassando dados sigilosos de operações policiais à membros de facção criminosa envolvida com furto de gado, ocorridos entre os anos de 2013 e 2014, no município de Santana do Acaraú, na Região Norte do Ceará. Tudo foi descoberto graças o compartilhamento das interceptações telefônicas autorizado pela Justiça.
As investigações também apontam que dois inspetores identificados como Francisco Adriano Brito Aguiar e Byron de Oliveira Freire Júnior foram demitidos em razão da suposta prática de transgressão disciplinar.
O relatório da CDG aponta que, em 2013, homens armados, utilizando uma viatura do 35º Distrito Policial, invadiram a residência de um homem suspeito de guardar no interior da casa drogas e que teria ameaçado a própria mãe.
Os dois inspetores teriam visto mercadorias e pedido notas fiscais. Por não haver as devidas notas fiscais, os inspetores exigiram R$ 20 mil para não efetuarem a prisão do homem. Ainda segundo o relatório, os inspetores teriam encontrado e apreendido a quantia de R$ 10 mil e um relógio no valor de R$ 4 mil.
No caso dos agentes penitenciários, o mais grave aconteceu em Uruburetama, na Região Norte. Um agente foi flagrado em 2014 com uma detenta no interior do seu alojamento com a porta fechada, e somente abriu a referida porta após insistência do promotor de Justiça da Comarca de Uruburetama.
“O AGP demorou cerca de um minuto para atender à solicitação do representante do Parquet (Ministério Público), e ao abrir negou a presença da detenta no local, oportunidade em que fechou a porta, mas com a insistência do Ministério Público, depois de cinco minutos, abriu novamente, ocasião em que fora localizada a detenta escondida no local”.
Um outro agente penitenciário teria deixado de comparecer ao serviço, sem causa justificada, nos meses de abril e maio de 2014, na CPPL II, em Itaitinga. O mesmo agente foi transferido para Cadeia Pública de Pentecoste e também não compareceu ao serviço.
E um perito criminal foi demitido por supostamente importunar mulheres em seu local de trabalho, no posto de identificação civil, na cidade de Brejo Santo, na Região do Cariri do Estado. De acordo com autos do processo criminal, quatro jovens foram vítimas por parte do perito criminal.
(Diário do Nordeste)