No último final de semana, o filme cearense “Pacarrete” foi o grande vencedor do Festival de Cinema de Gramado. A equipe que retratou a vida de uma senhora bailarina da cidade de Russas levou oito Kikitos para casa. O diretor Allan Deberton – estreante em longas-metragens – ganhou os prêmios de Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Filme, e Melhor Filme do Júri Popular.
O longa também foi premiado na categoria de Melhor Atriz, pela atuação de Marcélia Cartaxo como a personagem Pacarrete. O ator João Miguel ganhou o Kikito de Melhor Ator Coadjuvante, e Soia Lira compartilhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante com Carol Castro, do filme “Veneza”. Além disso, o filme também recebeu o prêmio de Melhor Desenho de Som.
Outros longas premiados foram “O Homem Cordial”, de Iberê Carvalho. Que levou o prêmio por Melhor Ator e Melhor Trilha Musical. “Veneza”, dirigido por Miguel Falabella, por Melhor Direção de Arte. O filme gaúcho Raia 4, recebeu o prêmio por Melhor Fotografia, e 30 Anos Blues recebeu o Prêmio especial do Júri.
O Festival de Cinema de Gramado bateu um recorde de filmes recebidos pela curadoria. Foram mais de 1.100 inscrições de longas e curtas. Ao lado de Rubens Ewald Filho, que morreu, neste ano, o curador do festival, Marcos Santuário, selecionou os filmes. Ele conta que está realizado com o resultado do evento e com expectativas para o próximo ano.
“A gente foi construindo para chegar a este ano, nesta consolidação, de que aqui em Gramado se tem o cinema mais importante do Brasil, e o mais representativo dos países ibero-americanos”, comemorou o curador.
Além dos longas e curtas nacionais, Gramado também recebe todos os anos a mostra competitiva de longas estrangeiros. Neste ano, o vencedor da categoria de Melhor Filme veio diretamente da Costa Rica, com o filme “El Despertar de Las Hormigas”, de Antonella Sudassasi Furnis.
Fernando Arze, de “Muralla” (Bolívia) foi premiado na categoria de Melhor Ator, Julieta Días, de “La Forma de Las Horas” (Argentina), por melhor Atriz e os irmãos Rafael e Bernando Antonucci, de “En El Pozo” (Uruguai), receberam o Kikito de Melhor Roteiro.
Santuário explica que na seleção desses filmes estrangeiros existe “um rigor cinematográfico, uma preocupação estética, porque é produção audiovisual, mas também tem um conteúdo humano, social e político que reflete as suas realidades. Foi a partir da década de 1990, com a crise da Embrafilme que o festival se reinventou, abriu caminho para esse universo estrangeiro, e pode mostrar a cada ano essas realidades que vão além das nossas fronteiras”, afirmou.
O presidente da organizadora do evento, Gramadotur, Édson Néspolo, comemora o sucesso do evento, principalmente pelo projeto de acessibilidade que foi adotado, neste ano, pela primeira vez. Exibições com áudio descrição para deficientes auditivos e filme sobre pessoas com síndrome de down. Néspolo reforça que está feliz com o resultado e já começando a organização para 2020.
“Eu acho que foi um número muito positivo que passou por Gramado de filmes excelente. Eu acho que conseguimos viver uma semana de parte técnica do festival, mas também com muita presença de expressões do cinema brasileiro e latino-americano”, diz o presidente.
Para o próximo ano, a organização já anunciou a data do Festival de Cinema de Gramado, que será entre os dias 14 e 22 de agosto. Com a morte de Rubens Ewald Filho e Eva Piwowarski, uma nova curadoria foi escolhida. Ao lado de Marcos Santuário, estará o jornalista Pedro Bial e a atriz argentina Soledad Villamil.
(Agência Rádio Mais)