As denúncias contra o universitário Gisleudo de Oliveira Félix, suspeito de cometer crimes sexuais dentro do Campus do Pici da Universidade Federal do Ceará (UFC), continuam. Na tarde de ontem, duas jovens, que se dizem vítimas de assédios por parte de Gisleudo, compareceram ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, para prestar novos Boletins de Ocorrência (B.O.’s) contra o jovem.
Conforme apurado pela reportagem, as jovens também são estudantes da UFC e teriam sido assediadas por Gisleudo diversas vezes. Há informações que o universitário perseguia as vítimas, as abraçava sem permissão e as intimidava no campus.
As jovens foram ouvidas por policiais da 12ª Delegacia do DHPP, responsável por investigar o caso. Antes de prestarem depoimentos, elas concederam entrevistas. Mas, ao saírem da delegacia, desautorizaram a veiculação do conteúdo e alegaram terem sido orientadas pelos investigadores a não revelarem detalhes sobre as denúncias, pois o caso está em segredo de Justiça.
Soltura
A reportagem apurou, com fontes ligadas à investigação, que o DHPP irá pedir a revogação da prisão de Gisleudo Félix. A informação foi ratificada pela defesa do universitário. Ontem, ele voltou a ser interrogado na Delegacia.
O Sistema Verdes Mares entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) e com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) para questionar o pedido de revogação da prisão. O TJCE não se posicionou oficialmente, enquanto a Secretaria informou que não podia se manifestar sobre a investigação. Até o início da noite de ontem, o estudante permanecia detido em uma cela do DHPP.
Crimes
Gisleudo Félix foi preso na última sexta-feira (25). No mesmo dia, outras três estudantes foram à Delegacia para serem ouvidas e reconhecerem o suspeito como agressor. Ao todo, pelo menos cinco vítimas já prestaram depoimento às autoridades contra o suspeito.
Os casos de crimes sexuais dentro do Campus do Pici estariam ocorrendo com frequência, desde o primeiro semestre deste ano. Em um dos B.O.’s que a reportagem teve acesso, uma jovem alega ter sido estuprada por três homens, na Universidade.
A universitária informou à Polícia que tentou gritar por socorro, mas foi sufocada pelos agressores, que depois deixaram o local debochando dela. A Polícia Civil investiga se Gisleudo teve participação no crime relatado.
A família do suspeito chegou a procurar o Sistema Verdes Mares para se posicionar sobre a defesa do suspeito, mas, quando estava prestes a conceder entrevista, foi orientada pelo advogado para não se pronunciar até que o jovem seja solto.
(Diário do Nordeste)