Em entrevista a uma emissora de TV local, nessa terça-feira (8), o promotor de Justiça Rinaldo Janja, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Ceará (PGJ-CE), foi enfático ao afirmar que, “infelizmente, as facções criminosas estão usando advogados. Eles (advogados) estão se associando às facções. Isso torna o esquema bem maior, e nós temos que utilizar métodos de investigação bem mais sofisticados para obtermos as provas desses contatos”.

A declaração do promotor veio no mesmo dia em que dois  advogados cearenses tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça nessa terça-feira (8) e permanecem foragidos. Os dois – um homem e uma mulher – vinham sendo investigados pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) como envolvidos em um esquema para burlar o sistema de Justiça e beneficiar criminosos líderes de facções que atuam no Ceará.

Os dois advogados, que seriam sócios em um escritório de advocacia criminal, estão sendo procurados pela Polícia Civil através das equipes das delegacias de Capturas e Polinter (Decap) e de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).  Em agosto último, os mesmos suspeitos foram citados na “Operação Rábula”, que culminou na prisão de sete advogados, todos acusados de cometer crimes em favor de seus clientes, bandidos apontados como chefes das facções criminosas.

Presos
Na época, tiveram prisão preventiva decretada os seguintes advogados: Erlon Sílvio Moura de Oliveira, Ilonius Máximo Ferreira Saraiva, Fabíola Joca Nolêto, Socorro Maia Landim, Hélio Bernardino e Samya Brilhante Lima, além de Phablo Henrik Pinheiro do Carmo e Suellen Brilhante Lima. Os dois últimos não foram localizados pela Polícia e entraram na lista dos “procurados” da Polícia cearense. Samya Brilhante (irmã de Suellen) foi colocada em prisão domiciliar.

As investigações demonstraram também que os advogados passaram a agir como informantes das facções e facilitavam a troca de informações entre bandidos presos e soltos, através de bilhetes que eram levados pelos advogados durante as visitas aos presos nas unidades do Complexo Penal de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

(CN7)

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