O rompimento da tubulação da Barragem de Atalho, em Brejo Santo, que faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), e deixou três operários mortos, não mudará o cronograma de liberação das águas do ‘Velho Chico’ para o Açude Castanhão. O chamado ‘eixo emergencial’ do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), de 53 quilômetros, já passou por testes e o recurso hídrico deve ser transportado a partir do próximo dia 1º de março, segundo a Secretaria de Recursos Hídricos (SRH).

A captação da água pelo CAC acontece na barragem de Jati, no município homônimo, estrutura anterior ao reservatório onde aconteceu o acidente da última segunda-feira (08). Apesar da paralisação do funcionamento da terceira estação de bombeamento (EBI-3), em Salgueiro, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) garantiu que “não há impedimento técnico para sua retomada”.

Já a pré-operação do Eixo Norte, que levará as águas do São Francisco até os estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, deve sofrer atraso de, pelo menos, 60 dias, já que o MDR irá contratar uma perícia para analisar as causas do acidente em Atalho. “A contratação deve acontecer entre 15 e 20 dias, devido os trâmites burocráticos. Em torno de 60 dias, após a contratação, deve sair o resultado”, detalhou o secretário nacional de Segurança Hídrica, Ségio Costa.

Após a barragem de Atalho, outros cinco reservatórios, em Brejo Santo, aguardam a chegada das águas: Porcos, Canabrava, Boi I, Boi II e Cipó. “A pré-operação das demais estruturas a partir do Reservatório de Atalho poderá ser reiniciada após a recuperação da tubulação danificada e liberação da perícia em Atalho”, ressaltou o MDR, em nota. 

Fiscalização

No momento do acidente, eram realizados testes para operar a barragem quando um tubo se deslocou. Costa negou que tenham ocorrido problemas na fiscalização da obra. Segundo ele, o processo de comissionamento da válvula foi liberado por uma equipe técnica do Ministério

O secretário de Recursos Hídricos do Ceará, Francisco Teixeira, ressalta que a fiscalização de barragens, sejam públicas ou privadas, é responsabilidade de sua pasta e segue as normas de segurança apontadas na legislação. “São inspecionadas e os problemas corrigidos rotineiramente”. No caso de Atalho, contudo, “são problemas operacionais, acidentes que, às vezes, acontecem, mas não tem a ver com a segurança da barragem”, completa.

(Diário do Nordeste)


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